No Jiu Jitsu, Quem Troca De Equipe Buscando Um Futuro Melhor Pode Ser Chamado De Creonte?
Nos dias atuais, muito se discute sobre a profissionalização do Jiu Jitsu, e do sonho de muitas pessoas em mudar de cidade em busca de treinar nas grandes equipes almejando um futuro melhor dentro do nosso esporte.
Durante muito tempo existiu um grande tabu em relação á mudança de equipes, e as pessoas que faziam isso, por muitas vezes eram vistas como traidores, denominados no meio do Jiu Jitsu como “creontes”.
Nos anos 80 e 90, era praticamente inadmissível que um atleta saísse de sua equipe, as rixas eram fortíssimas e por mais que um atleta desejasse mudar de equipe para buscar um futuro melhor ele tinha algumas vezes a sua carreira interrompida antes da hora. Seja por não estar satisfeito dentro do time em que pertencia e continuar no mesmo perdendo o “gosto” por competir ou buscar algo mais dentro do Jiu Jitsu, ou então, porque após trocar de equipe, a pressão colocada sobre ele era tão grande que o mesmo não tinha a tranquilidade para se desenvolver dentro do esporte.
Contudo, já estamos no século XXI, os tempos estão mudando e hoje em dia os atletas tem mais autonomia para fazer escolhas em relação aos times que desejam integrar. Mesmo que ainda exista a cultura do “creonte”, as pessoas passaram a ser mais compreensivas em relação á isso, pois com a profissionalização do Jiu Jitsu e o fortalecimento das grandes equipes aqueles que sonham em buscar uma carreira de sucesso dentro do Jiu Jitsu procuram essas equipes, mesmo sabendo que nem sempre ir para uma grande equipe é garantia de sucesso.
Bernardo Faria é um grande exemplo disso, o Penta Campeão Mundial de Jiu JItsu e campeão dos principais campeonatos da IBJJF tanto no peso quanto no Absoluto recebeu sua faixa preta na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, das mãos de Ricardo Marques, onde defendia a bandeira da Brazilian Top Team. Já com um currículo de sucesso nas faixas coloridas, Bernardo queria mais e por isso decidiu mudar-se para a cidade de São Paulo, onde passou a integrar o time da Alliance liderado por Fábio Gurgel.
Lutando pela Alliance, Faria “explodiu” e ficou conhecido mundialmente, conquistando todos os títulos que todo jovem do interior sonha, mas muitas vezes não tem o treinamento e a preparação suficiente para alcançar.
Veja no vídeo abaixo Bernardo Faria lutando contra Renato Cardoso, quando Bernardo aplica um lindo Omoplata sobre Renato.
Veja Mais Sobre os Omoplatas...
Renato Cardoso, que mais tarde tornou-se companheiro de equipe de Bernardo na Alliance, também saiu de sua cidade para integrar uma grande equipe e tornar-se um lutador conhecido mundialmente. Cardoso, morava em Pernambuco e mudou-se para Santos quando passou a integrar o time de Rodrigo Cavaca da CheckMat e durante muito tempo foi companheiro de Marcus Buchecha por essa equipe. Anos mais tarde Renato mudou-se para Alliance, equipe na qual dividiu por muito tempo os tatames com seu algoz do vídeo da luta acima.
Essa história de Creonte, aos olhos de quem vê o Jiu Jitsu como um esporte em evolução e profissionalização caiu por terra... É óbvio que professores e parceiros de treino merecem respeito e gratidão, mas “crucificar” alguém porque foi em busca de melhorar sua carreira é um grande egoísmo.
Renato Cardoso e Bernardo são apenas 2 exemplos de jovens sonhadores que decidiram ir em busca dos seus sonhos e para isso deixaram sua cidade para se aventurar em São Paulo, em busca de se tornarem grandes referências na Arte Suave, e conseguiram! Assim como eles existem muitos que seguiram o mesmo caminho, e alcançaram o sucesso como por exemplo os irmãos Miyao, que saíram do interior do Paraná e explodiram pela Cícero Costha em São Paulo.
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